"Nós trabalhamos no desenvolvimento de um design para surpreender o consumidor que tem na Hornet 600 um modelo de aspiração", resumiu José Luiz Terwak, gerente de novos produtos da Honda. Basta por os olhos na nova CB 300R para identificar as linhas que marcam as motos Honda no segmento naked. A começar pelo conjunto óptico. Farol triangular mais potente (55/60W) com uma pequena carenagem que traz o painel embutido. Rabeta minimalista e uma única saída de escape mais curta na lateral da moto.
Se o desejo do proprietário de Twister for ter uma motocicleta que lembra a Hornet, como apontam as pesquisas feitas pela montadora, os projetistas da Honda acertaram a mão na CB 300R. Só não combinaram com a moto, na minha visão, as mesmas luzes indicadoras de direção (piscas) da Twister e os espelhos retrovisores cromados.
As linhas harmoniosas de todo o conjunto passam a imagem de uma moto maior que a capacidade do motor. Para isso ajuda o tanque de 18 l (na Twister eram 16,5 l) e os dois defletores de ar que, além da função estética, ajudam na refrigeração do motor. Outro detalhe são os pneus Pirelli Sport Demon em medidas mais largas: na dianteira, é 110/70 e, na traseira, 140/70 (a Twister usava pneus 110/80 e 130/70, respectivamente). Ambos em rodas de liga-leve de aro 17", com novo desenho.
Mais potência, menos marchas
O aumento da capacidade cúbica do motor teve como objetivo atender à terceira fase do Promot 3 sem prejudicar o desempenho da naked urbana. "Trabalhamos em um motor que atendesse à legislação brasileira. Nessa nova fase do Promot, é preciso uma maior capacidade para ter uma menor emissão de poluentes, principalmente nas medições até 120 km/h", explica Terwak.
Os 291,6 cm³ são frutos de um aumento no diâmetro e no curso do pistão (79,0 x 59,5 mm). Afinal, a arquitetura continua a mesma: um cilindro, comando duplo no cabeçote (DOHC), quatro válvulas e refrigeração mista (a ar com radiador de óleo). Até aqui, nada de novo, exceto a capacidade. Os dutos de admissão e exaustão e as válvulas foram retrabalhados para se adaptarem à alimentação por injeção eletrônica de combustível – sistema programado (PGM-FI) – projetada pela Keihin para a CB 300R.
O resultado é mais potência: 26,5 cv (contra os 24 cv da Twister), em uma rotação menor, a 7.500 rpm (eram 8.000). E também mais torque: 2,81 kgm a 6.000 rpm – contra 2,48 kgm na aposentada 250. Com mais potência a uma rotação menor e mais torque, a Honda optou por equipar a CB 300R com um bem-vindo câmbio de cinco marchas, acabando com a "questão" das constantes reduções de marchas que a Twister pedia em ultrapassagens ou subidas mais íngremes.
Na pista de testes em Rio Preto da Eva (AM), no meio da Floresta Amazônica, tivemos a oportunidade de ter o primeiro contato dinâmico com a nova motocicleta Honda. Pode-se afirmar, sem dúvida, que os consumidores não sentirão falta da sexta marcha.
Primeiras impressões
Assim como os fãs da Twister, eu estava ansioso por experimentar a nova CB 300R. Ao montar, já se nota que a posição de pilotagem mudou. O piloto fica mais próximo do guidão, que está mais elevado, e o banco mais estreito facilita o encaixe das pernas.
Ao girar a chave, que agora tem o sistema antifurto de outros modelos, o belo painel ganha vida e se percebe o enorme conta-giros ao centro e o pequeno velocímetro digital – ambos claramente inspirados nos da Hornet.
Acordado, o motor mostra vigor e mais força, além de respostas instantâneas ao acelerador. No slalom montado para o teste, a nova CB 300R contornava os cones sem engasgos. Como também fizemos o percurso com a antiga Twister, percebemos claramente as mudanças. A aposentada naked tinha dificuldade para manter um funcionamento linear: em segunda marcha o motor pedia mais rotações e, em primeira, gritava demais. Com a nova CB 300R, há mais suavidade e um câmbio que permite aproveitar melhor a força do motor.
Em alta velocidade, a potência não faz tanta diferença. Na reta de quase 2 km, o ponteiro analógico da Twister chegava a 140 km/h. Já na nova CB 300R os números digitais cravaram 142 km/h.
Os mesmos freios
As mudanças ciclísticas na CB 300R são poucas e percebidas apenas na prática. Na ficha técnica, o mesmo quadro berço semi-duplo em aço, com garfo telescópico na frente e monoamortecedor atrás. As especificações e o curso do conjunto de suspensão são praticamente os mesmos da Twister: curso de 130 mm na dianteira e agora mais 5 mm na traseira, ou seja, 105 mm de curso. Só ao rodar pela pista de paralelepípedo que se nota que estão mais rígidas, já que as molas internas foram recalibradas. Um ponto negativo é que a balança traseira, antes de alumínio, agora é de aço.
Outra mudança foi feita no ângulo de cáster (a "inclinação" do garfo dianteiro) ligeiramente mais fechado e também na maior distância entre os eixos – aumentou de 1369 mm para 1402 mm, pouco mais de três centímetros maior. Com isso, a nova CB 300R ganha mais agilidade em mudanças de direção e curvas mais fechadas, e teoricamente mais estabilidade em velocidades mais altas.
Outra decepção ficou por conta do sistema de freios: são exatamente os mesmos da aposentada CBX 250 Twister. Um disco de 276 mm de diâmetro na roda dianteira e o obsoleto tambor na traseira. Sob a alegação de que o tambor oferece facilidade de manutenção, a Honda, na verdade, quis reduzir custos para não ficar muito acima da concorrência no quesito preço.
Mercado
Disponível nas cores prata, preta, vermelha e dourada, a nova CB 300R vai ter preço público sugerido de R$ 11,49 mil. Porém deve chegar às concessionárias da marca custando R$ 12,3 mil.
A principal concorrente da nova CB300R é a Yamaha YS250 Fazer. Como ainda está sendo vendida em seu modelo 2008 que, apesar de injetado, ainda não atende ao Promot 3, a Fazer 250 tem preço sugerido de R$ 10.477. Porém com motor menor e um desenho mais antigo que a nova CB 300R.
A Honda acredita que até o final do ano sejam comercializadas 50 mil unidades da nova naked CB 300R, mesmo volume de vendas da Twister na época do seu lançamento.
FICHA TÉCNICA – Honda CB 300R
MOTOR | Quatro tempos, um cilindro, DOHC, quatro válvulas por cilindro, arrefecido a ar, 291,6 cm³ |
POTÊNCIA | 26,53 cv a 7.500 rpm |
TORQUE | 2,81 kgm a 6.000 rpm |
ALIMENTAÇÃO | injeção eletrônica de combustível PGM-FI |
CÂMBIO | Cinco velocidades |
TRANSMISSÃO FINAL | Corrente |
PARTIDA | Elétrica |
RODAS | Dianteira e traseira de aro 17", de liga-leve |
PNEUS | Dianteiro 110/70 – 17M/C (54H); traseiro 140/70 – 17M/C (66H) |
CHASSI | Quadro em aço tubular de berço duplo, com comprimento de 2.085 mm, largura de 745 mm, altura de 1.040 mm, entreeixos de 1.402 mm, altura mínima do solo de 183 mm, altura do assento de 781 mm e peso a seco de 143 kg |
TANQUE | 18 l (3 l de reserva) |
SUSPENSÕES | Dianteira com garfo telescópico de 130 mm de curso; traseira monoamortecida com 105 mm de curso |
FREIOS | Dianteiro com disco simples de 276 mm de diâmetro com pinça de pistão duplo; traseiro a tambor com 130 mm de diâmetro |
CORES | Preta, vermelha, amarela metálica e prata metálica |
PREÇO | R$ 11,49 mil |
Fonte:
Texto: Arthur Caldeira/InfoMoto Fotos: Divulgação |
http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/Motos_Conteudo.vxlpub?hnid=42260
Um comentário:
Pretendo adquirir essa linda CR300 R
porem vou esperar sair com freio a disco na traseira, pois 300 cilindrada merece.
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