quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Yamaha Midnight Star 950

Foto: Divulgação YAMAHA

 
Por sua facilidade de manobra, a Midnight Star 950 cativa a pilotagem mesmo daquele que não curte o estilo, aparentando até uma leveza inexistente que deve agradar em cheio ao público feminino. O ronco de seu motor, quando em viagem de cruzeiro entre 80 e 120Km/h, lembra um V8, das décadas passadas, em marcha lenta.
 
Com 60º de inclinação e 942cm3 refrigerado a ar, o motor é um V2 que conta com cabeçotes de quatro válvulas por cilindro e balancins roletados. A compressão de 9:1 em câmera de combustão de perfil especial conta ainda com cilindros depositados com uma camada de compósito cerâmico para ajudar na lubrificação e refrigeração.
 
 
 
 
Os pistões são forjados e o motor tem uma concepção simplificada, sem balanceiros.  Isto dá ao piloto a sensação de estar lidando com um motor clássico (vibração em baixa), mas que não abre mão da tecnologia moderna para performance e conforto, pois transmite pouca caloria nas pernas. Sua injeção tem bicos de quatro furos, sendo dois deles direcionados diretamente às válvulas de admissão, para ajudar na atomização do combustível e nas respostas do acelerador. Ela conta, ainda, com uma válvula ISC (idle speed control) para estabilizar a marcha lenta.
 
Com relação bem escalonada, o câmbio tem cinco velocidades. Há sempre uma marcha ideal para cada situação e as trocas são suaves e precisas.
 
Sua transmissão de correia dentada, com um pouco de folga excessiva no sistema – característica típica de transmissões por corrente –, chama a atenção. Porém, aqui, em nada prejudica.
 
 
 
A alavanca segue o projeto clássico para trocas com o calcanhar, prejudicando um pouco o piloto acostumado a trocar marchas com a ponta do pé. Coisas de Customs.
 
De berço duplo, o chassi é longo e baixo. Os 1.684 mm entre eixos e os meros 673 mm de altura do assento resultam em um deslocamento que prima pelo conforto e uma bela aparência.
 
A bike demanda grande cuidado em curvas radicais – não foi construída para isso. As plataformas raspam com facilidade, até mesmo em balões ou curvas de acesso às rodovias. O contato delas serve de aviso para ir com calma, pois, se avançar na inclinação, o impacto poderá ser com o chassi. Neste caso, as rodas podem ser retiradas do chão, resultando numa situação perigosa.
 
Com ajustes na pré-carga do amortecedor traseiro suspenso em link roletado, a suspensão tem a tradição tecnológica do monocross Yamaha. Os tubos dianteiros têm 41 mm de diâmetro, conferindo beleza e rigidez ao sistema, dando até uma pequena sensação de moto "pescadora". A título de curiosidade, este termo surgiu pois, nas antigas "rabos-duros", que contavam com uma suspensão dianteira contra nada na traseira, havia o efeito de mergulhar a frente numa oscilação do piso. Daí vem a frase "A moto pesca muito nos buracos..." – conseqüência da diferença do efeito de absorção do impacto entre as rodas.
 
Apesar desta característica estar presente na Midnight, o que remete às tradicionais, não resulta em situação de risco. É até uma sensação gostosa, que se opõe ao rodar áspero da traseira desta Custom.  Ela se comporta melhor do que a média, por conta do monoshock e da estrutura reforçada na lateral da traseira do chassi. Seria mais confortável se tivesse mais curso na suspensão. Porém,  a altura teria que ser maior e a configuração lean and low tradicional seria prejudicada.
 
Os freios excepcionais fazem bem o seu serviço e, por isso, não chamam a atenção. Estes são exatamente dentro do esperado, passando confiança e controle. Já a posição do piloto faz com que, em viagens longas, a moto se torne cansativa. Em velocidade de cruzeiro, não há como se inclinar contra o vento para balancear as forças e andar relaxado. Por isso, é necessário tencionar os braços ou as costas para resistir à força do vento. Cansa bastante, mas pode ser resolvido com a instalação de um pára-brisa, que corta o vento e coloca o indivíduo numa posição mais relaxada. Outros acessórios interessantes são o sissy bar e um banco mais largo para maior conforto do garupa.
 
 


MOTOR

Tipo

942cc refrigerado a ar 4-tempos, V-2 60º, SOHC, 4-válvulas

Diâmetro x Curso

85.0mm x 83.0mm

Razão de Compressão

9.0:1

Alimentação

Injeção eletrônica

Ignição

TCI: Transistor Controlled Ignition – Ignição controlada por transistores

 

TRANSMISSÃO

Câmbio

5-marchas; embreagem multi-disco em banho de óleo

Transmissão Final

Correia dentada

CHASSI

Berço duplo lateral desmontável para acesso ao motor.

Suspensão dianteira

Garfo Telescópico Ø41mm, 134 mm de curso

Suspensão traseira

Mono shock, 109 mm curso

Freio/Diant

Hidráulico a disco de 320 mm

Freio/Tras

Hidráulico a disco de 298 mm

Pneu/Diant

130/70-18M/C 63H

Pneu/Tras

170/70-16 M/C 75H

Rodas

Liga leve

Comprimento

2.438 mm

Largura

1.000 mm

Altura

1.080 mm

Altura do banco

673 mm

Entre eixos

1.684 mm

Rake (ângulo caster)

32.0°

Trail

145 mm

Diversos

Capacidade do tanque

16,5 litros

Peso em ordem de marcha

277 Kg

Preço tabela FIPE

R$ 35.018,00

 
 

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